Na Alquimia Íntima feminina, quando falamos em orgãos e vísceras, estamos falando não somente do órgão físico, mas também do energético.
Da mesma forma, os órgãos íntimos também são físicos e energéticos.
Há um mapa invisível que habita o corpo, feito de rios sutis, de centros espiralados, de campos de luz e calor.
Esse é o corpo energético — uma geografia viva que pulsa sob a pele, dentro da carne, entre os ossos.
Na sexualidade, esse corpo se acende. Os órgãos físicos e energéticos são ativados.
Não apenas pelos sentidos, mas pela energia que se move em espirais, em ondas, em florescimento.
Nosso ventre, centro energético vital, pulsa e expande energia.
É aqui que mora o desejo, a criatividade, a emoção.
Quando essa energia circula, ela não se limita ao corpo físico.
Ela se expande, como um rio que transborda seu leito.
Sobe pela coluna, atravessa o coração, dança no centro da garganta e floresce na coroa da cabeça.
É o prazer que cura, o êxtase que não precisa de meta — só de presença.
A anatomia energética do prazer é mais sobre escuta do que sobre esforço. Mais sobre sentir do que sobre fazer.
Quando respiramos com consciência,
quando tocamos com reverência,
quando movimentamos o corpo com alegria e presença,
ativamos esse fluxo sutil.
As zonas erógenas não são apenas partes físicas.
São portais.
Portais para o encontro com o Sagrado em nós.
O prazer é um caminho espiritual, quando guiado pela presença amorosa.
Ele nos conecta com a fonte criadora da vida.
E nesse estado expandido, o corpo inteiro vira um órgão de prazer.
A pele ouve. O coração geme. Os olhos sorriem. As Almas dançam.
Essa é a anatomia secreta pode até ser vista nos livros antigos, mas não pode ser compreendida se não for incorporada.
É o corpo em comunhão com a energia vital, o sopro da existência.
Prazer não é pecado.
É prece.
É potência.
É portal.
Porque onde há prazer consciente, há cura.
Aysha Almeé