O útero e o coração, por Poderes do Feminino
“Quando as mulheres se excitam sexualmente, o útero começa a pulsar.
Impulsionado pela emoção erótica, contrai e expande, como o corpo de um sapo ao respirar. Justamente os Taironas, Indígenas da Colômbia, representam o útero como um sapo.
Na antiguidade, foi o útero e não o coração o símbolo do amor e da vida. E sabemos pela medicina tradicional chinesa, que existe uma conexão direta entre ele e o coração.
O útero tem conexões nervosas com neocórtex e sistema nervoso voluntário. Portanto, quando a mulher recupera a unidade psicossomática útero-consciência, pode consciente ou inconscientemente, acompanhar esse movimento e ampliar a onda de prazer para vivenciar sua sexualidade de forma expandida.
O que acontece é que quando a menina chega à adolescência, devido à repressão da sua natureza, tem o útero tão rígido e contraído que a mínima abertura do cervix uterino para deixar sair a menstruação pode produzir dor.
Tomar consciência do útero, visualizá-lo e senti-lo pode alcançar resultados satisfatórios em vários aspectos.
Para recuperar a sensibilidade uterina, a primeira coisa a fazer é explicar às nossas filhas desde pequenas que elas têm um útero, pra que serve e como ele funciona, explicar-lhes que quando se enchem de emoção e de amor, o seu útero pulsa de prazer.
Temos que recuperar com elas essa “dança do ventre”, para que quando chegarem à adolescência não tenham menstruações dolorosas e se sintam especiais.
Recuperar a transmissão por via oral da verdadeira sabedoria, feita de experiências, cumplicidade e empatia. Uma sabedoria que se comunica por baixo, fora das relações de autoridade, que flui com a sinfonia da vida, que se derrama com o desejo, que sabe, sem saber que sabe, praticamente tudo sobre a condição feminina escondida no mundo de Hades, e reconhece o que é bom e o que é ruim para a vida humana.
As mulheres têm que nos contar coisas. De mulher para mulher, de mulher para menina, de mãe para filha, de ventre para ventre.
Texto: Casilda Rodrigañez, no livro ‘O Assalto ao Hades’. Adaptado por Aysha Almeé
Foto: livro Orgasmo Múltiplo da Mulher, de Mantak Chia